Rio Turvo (2007)
Próximo de um neo-realismo onírico, Rio Turvo parte do conto homónimo de Branquinho da Fonseca, onde se acompanha a história de um amor impossível entre um topógrafo anónimo, recém-chegado ao terreno pantanoso onde deverá construir-se um aeroporto – provavelmente, passe o anacronismo ficcional, sublinhando-se o sincronismo histórico, o tão discutido aeroporto da Ota –, e a bela flor do pântano. As intervenções musicais dos operários de construção (os fados de Ricardo Ribeiro e de Manuel João Vieira, as guitarras dos Dead Combo e de José Pracana, a bossa nova do JP Simões e a voz de Teresa Salgueiro) pontuam, socraticamente, esta história de amor e acompanham narrativas paralelas de conspiração e suspeita. O pano de fundo são os medos e uma indiferença trespassante do presente, em que o protagonista tem de decidir se é homem ou macaco, cínico ou cobarde, avançando ao ritmo de um progressivo desprendimento da realidade até um final abrupto, irónico e amargo.
Lançado: Nov 28, 2007
Tempo de Execução: 80 minutos
Gênero: Drama
Estrelas: David Almeida, José Wallenstein, Manuel João Vieira, Paula Só, J.P. Simões, Nuno Melo
Crew: Edgar Pêra (Director), Branquinho da Fonseca (Writer), Tiago Antunes (Editor), Nádia Santos Henriques (Assistant Director), Luís Branquinho (Director of Photography)